III Encontro de educadores: Cuidando de quem cuida

Belo Horizonte, 23 de setembro, um sábado tão quente que a cidade suava mais que tampa de marmita. Todos buscavam sombra e água fresca. Pensando melhor, um ambiente com ar-condicionado seria mais apropriado. Algumas pessoas recorreram aos shoppings, outras se refrescaram em clubes e as educadoras e educadores da Associação Irmão Sol, não que tivessem ido lá apenas para isso, passaram a tarde sob o ar-condicionado do teatro Frei Hilário Meekes, no Colégio Santo Antônio (CSA), para o CUIDANDO DE QUEM CUIDA, III ENCONTRO DE EDUCADORES, promovido pelo Grupo de Voluntários do CSA. Os educadores do Centro de Educação Infantil Santa Clara e o Cesfran, Centro de Educação São Francisco, também participaram e enriqueceram ainda mais o encontro.

O CUIDANDO DE QUEM CUIDA estava marcado para 13h30, e o pessoal foi chegando, se abanando e dizendo “meu Deus, que calor é esse?” e em seguida, quando cruzavam a porta do teatro diziam “que delícia”, uma até falou “é aqui que quero morar”. Ainda na entrada, falavam o nome e pegavam um crachá que dizia seu nome e de qual instituição você pertencia, sabe? Depois, pegavam com algumas alunas do colégio o Kit da Palestra: um caderninho para fazer anotações, uma caneta BIC, um panfleto informando sobre o encontro, um bombom e até palha-italiana (estava uma delícia, eu comi depois). Aos poucos o teatro foi ficando mais cheio, floreado por conversas paralelas que diziam sobre o entusiasmo e a expectativa de estarem ali. Então, play.

Começou com a palestra “A delicadeza do cuidado: afetividade na relação com as crianças e adolescentes”, ministrado pela Anna Claúdia Eutrópio, psicóloga, psicodramatista, doutora em educação, feminista e mãe. Em seguida, Frei Oton, diretor pastoral do Colégio Sato Antônio, falou sobre “800 anos do presépio: Francisco de Assis e a reverência pelo Deus criança”. Mais tarde, teve a pausa para o lanche. Não demorou tanto, porque as pessoas tinham que sair do teatro e entrar no pátio; era o mesmo que sair do paraíso e entrar em um forno, e aí o pessoal começou a comentar “que calor!”. Além disso, comentaram sobre o que estava achando das palestras e aproveitaram a pausa para trocar experiências sobre a profissão de cuidar. Flávia Barros Fialho encerrou com a palestra “Necessidades emocionais: caminhos para cuidar da infância”.

Programação especial para as crianças e adolescentes

Para que as educadoras e os educadores pudessem desfrutar de todo momento do “Cuidando de quem cuida”, o grupo de voluntários do CSA preparou uma programação voltada para as crianças e adolescentes, envolvendo apresentação de teatro, show de mágica, contação de história e muito mais, teve até um carrinho de pipoca com a opção de sal e de doce. Eu pedi uma de sal e fiquei de olho nas atividades: tinha ping-pong, futsal e até futebol de mesa. Também teve muita correria das voluntárias para manter as crianças em um lugar só, queriam sair correndo, desbravando todo o colégio. Uma delas me falou “como o colégio é grande, elas querem correr por todo canto”.

Miriam, integrante do Grupo de Voluntários do CSA há seis anos, falou “a gente vai se reunir para falar com você, tá bom?”. Eu falei que “estava bom, estou esperando”. Demorou um pouco até os integrantes se reunirem para gravar, mas quando aconteceu, Nydia Medeiros foi a porta voz, dizendo “enquanto os cuidadores estão sendo cuidados no III ENCONTRO DE EDUCADORES, a gente tá cuidando das crianças por eles, com diversas atividades, teve oficina de desenho e de teatro, e teve várias outras atividades para que os educadores pudessem desfrutar do momento da melhor forma possível”. As crianças e os adolescentes, por sua vez, também fizeram o mesmo. Não puderam, porém, desfrutar do friozinho do teatro. Isso ficou apenas por conta dos educadores.

Sorteio, encerramento e o adeus ao ar-condicionado

Entre uma palestra e outra, teve o momento do sorteio, onde os educadores e educadoras tiveram a chance de ganhar livros, como foi o caso da Cleide, educadora da Casa de Tremedal, responsável por acolher adolescentes de doze até os dezoito incompletos, ganhou “Ciranda de pedra”, livro da autora Lydia Fagundes Telles, conhecida como “a dama da literatura brasileira”. O livro, segundo pesquisa no Google foi publicado pela primeira vez em 1954, mas a nova edição, publicada pela Companhia das Letras, é de 2009. Cleide ficou feliz por ter ganhado, comentou que “o livro parece ser bem legal”.   

O final ficou por conta da entrega de certificados. Para não gastar muito tempo, o pessoal foi chamando para frente do palco casa por casa, entende? Desse jeito, não demorou tanto. A cada representante que ia buscar o certificado, ouvia-se os aplausos. Em seguida, os agradecimentos ao Grupo de Voluntários do CSA e, por fim, o Frei Oton rezou o Pai Nosso e todos o acompanharam. Quando o III ENCONTRO DE EDUCADORES, CUIDANDO DE QUEM CUIDA se encerrou de fato, tivemos que deixar o teatro e voltar ao forno, o que não faz mal, sempre terá a lembrança dessa tarde de muitas atividades, aprendizados e encontros.

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