Ana Luísa: “quem se doa ao trabalho voluntário, se sente muito mais integrado ao mundo e à existência”

Ana Luísa Alves, voluntária da Irmão Sol há mais de dez anos, contou como foi sua primeira visita a uma de nossas unidades. Ela ficou sabendo da existência da instituição através de uma conversa: “um colega comentou sobre a Casa dos Pequenos, que era próximo à casa dele e me convidou pra visitar”, e quando aceitou o convite, não sabia que estava assinando um contrato vitalício, “depois que visitei, nunca mais saí”. O ano em questão era 2010. Quando chegou à casa, ficou tocada com a necessidade de afeto das crianças, “queriam ficar abraçadas e choravam muito quando íamos embora”.

Logo sua atenção se voltou para outra coisa, o estado da casa: “a Casa dos Pequenos precisava de muitos reparos, as paredes tinham mofo e até a estrutura para receber voluntários era precária”, disse a voluntária e depois uma luz se acendeu dentro da mente, como se tivesse encontrado resposta para a equação “após esse dia, eu e este amigo reunimos mais pessoas e entendemos que não adiantava visitar e doar guloseimas, a casa precisava de mais conforto, embora os colaboradores sempre oferecessem muito amor”.

Imediatamente, o pessoal comprou a ideia. “Centenas de pessoas se uniram a este processo que durou quase um ano”, Ana Luísa comentou e em seguida começou a nomear cada um, “de construtora que cedeu pedreiros, grupo de mães que doou berços, produtos infantis e engajou voluntários e loja de construção que doou todo o material”. Dessa forma, o grupo conseguiu realizar uma reforma totalmente voluntária que mudou bastante o clima da casa. “As crianças começaram a gostar dos ambientes”, acrescentou Ana, “e já não choravam para ir embora, sentindo-se num lar”.

Hoje em dia, Ana Luísa continua sua jornada no voluntariado. Ela faz parte da diretoria do Novo Céu, organização da sociedade civil, sem fins lucrativos que, há 33 anos, acolhe 60 pessoas, entre crianças e jovens com paralisia cerebral grave, em condição de vulnerabilidade social. E continua ajudando a Irmão Sol de várias formas: “além de doação mensal e participação no grupo de voluntários, movimento minha rede de contatos para conseguir necessidades constantes da instituição”.

Em seguida, a voluntária destacou o que faz com que ela prossiga no caminho do voluntariado, “a consciência de que os desafios sociais ainda são imensos, me faz continuar nessa missão de acreditar que somos todos uma família humana e que sempre precisaremos uns dos outros”. Para ela, “quem se doa ao trabalho voluntário, se sente muito mais integrado ao mundo e à existência”.

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